Ele surge assim, meio sem jeito, do nada.
Pode ser durante o café, no meio da noite, andando pela rua ou no banho, porque não?
Ele cresce, toma forma, junta rimas, embaralha ideias.
Ele tem cor, tem cheiro e, principalmente, tem um som.
É um tic-tac insistente, lá no fundo, que durante o dia pode até passar desapercebido, mas nesse momento, onde todos dormem e a chuva convida a reflexão, torna-se ensurdecedor.
Mas ele é um filho.
E como toda geração, requer um tempo de espera.
Não nascerá prematuro.
Eu o sinto.
Num tic-tac de relógio, numa batida cardíaca.
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